sexta-feira, 6 de agosto de 2010

POESIA/ Texto de Floriano Martins

COSTELAS DE EMILE BRONTË


O teu sorriso ia desaparecendo no fundo de meu olhar.
Aos poucos já não distinguia os acenos de tua memória.
Eu disse que viria quando o sol te ensinasse a brilhar,
porém as nuvens foram me guiando para um outro ninho de escombros.
Um pequeno mercado de cicatrizes. Noite recostada em uma árvore.
A pele abandonando os cuidados com a vida que ainda guarda em si.
O tempo remodelando as sombras esquecidas sob os corpos.
A dor se aproxima como um raio. Já não escuto mais nada.
Deixo a tua mão sobre meu peito, sem saber ao certo o que ainda podes fazer por mim.
Livro-me por um segundo ou dois do mistério da morte,
mas logo recupero as vozes confiscadas por antigos presságios.
Jamais dissemos o nome do deus que faltou com sua palavra.
Aos poucos já não distinguia as cores de tua ausência.

________________________________________

COSTILLAS DE EMILE BRONTË

Tu sonrisa iba desapareciendo en el fondo de mi mirada.
Al rato ya no distinguía los gestos de tu memoria.
Yo dije que vendría cuando el sol te enseñase a brillar,
sin embargo las nubes me fueron guiando hacia otro nido de escombros.
Un pequeño mercado de cicatrices. Noche recostada en un árbol.
La piel abandonando los cuidados con la vida que aun guarda en sí.
El tiempo remodelando las sombras olvidadas bajo los cuerpos.
El dolor se aproxima como un rayo. Ya no escucho más nada.
Dejo tu mano sobre mi pecho, sin saber de verdad lo que aun puedes hacer por mí.
Me libro por un segundo o dos del misterio de la muerte,
mas pronto recupero las voces confiscadas por antiguos presagios.
Jamás dijimos el nombre del dios que faltó con su palabra.
Al rato ya no distinguía los colores de tu ausencia.

________________________________________
poema & fotografía | floriano martins
traducción | gladys mendía

Nenhum comentário:

Postar um comentário