domingo, 7 de agosto de 2011

PROSA ERÓTICA/crônica de certas obsessões sexuais

Quando nem o uso de k-y convence o mulherio a fazer sexo anal


Jóis Alberto

‘Sandy faz propaganda do gel lubrificante k-y!’ Li essa informação no facebook e resolvi comentar o assunto. Fiz pesquisas na internet – pelo Google, acessei o site do fabricante do k-y, mas não consegui confirmar a veracidade da informação. Até o momento continuo em dúvidas se de fato trata-se de campanha publicitária ou de brincadeiras sacanas de internautas acerca de recentes declarações da cantora sobre sexo anal e participação dela em campanha publicitária da cerveja “Devassa”. Por considerar que é mais interessante permanecer em dúvida em relação ao comportamento sexual da cantora, resolvo não perder mais tempo procurando informações sobre... No final, a curiosidade e a pesquisa realizada acerca do assunto me levaram a escrever sobre a queixa de muitas mulheres de que o sexo anal é dolorido e não dá prazer a elas, ou pelo menos que não é tão prazeroso quanto o sexo vaginal!
O fato é que mesmo com k-y, ou com a antiga vaselina, existem muitas mulheres que não gostam de fazer sexo anal... Sem dúvidas, o sexo vaginal (!) é muito mais prazeroso para mulheres e homens, ou pelo menos para os homens que preferem mais comer vagina do que o cu feminino... Igualmente sem dúvidas, que, para muitos homens e mulheres, variar posições é fundamental, é condição sine qua non (!) erótica - no sentido de aumentar prazeres e, nessas variações, o sexo anal é aceito com naturalidade pelo casal... Incrível, todavia, que mesmo com a imensa contribuição de civilizações milenares, como a hindu, com o kama-sutra, para tornar a atividade sexual humana uma coisa mais bonita e prazerosa – não vou nem falar do sexo tântrico, que é uma coisa que, infelizmente, conheço pouco – e mesmo depois da revolução sexual dos nos 60 para cá, no Ocidente, ainda se fale de sexo com visões de culpa, de dissimulações, etc...
Para as mulheres que se queixam que o sexo anal é muito dolorido, sugiro não apenas que experimentem relaxar na hora do sexo e passem a usar o tal lubrificante – sem merchandising - mas principalmente que leiam “A filosofia da alcova”, do Marquês de Sade, nos trechos em que a senhora de Saint-Ange, com o apoio do irmão libertino, introduz a jovem Eugénie nos prazeres do sexo, e fala que o sexo anal no início é dolorido, mas depois torna-se um dos maiores prazeres sexuais ... Mas, atenção, no livro do ‘divino’ Marquês, como a ele se referem os surrealistas, além dessa lição que hoje pode ser aceita até por moças pudicas – ou de falso pudor, sei lá!, como Sandy, existem discursos eróticos/pornográficos defendendo posições sexuais muito mais ousadas do que essa, dentre as quais as surubas são ‘café pequeno’, além de discursos dos personagens de Sade, e do próprio filósofo libertino, contra Deus, contra Jesus Cristo, contra Nossa Senhora, em verdadeiros insultos contra a religião, contra a hipocrisia, etc, pelos quais Sade foi punido com prisões e internações em hospício... Por isso, talvez seja mais recomendável tentar ler e entender as complicadas teorias psicanalíticas de Lacan, que teria proposto a fórmula Sade-Kant, que, como se sabe, parece ser inconciliável... Mas vá tentar entender Lacan!
Sugiro, finalmente, que as mulheres que não querem dar o cuzinho – por que é tão bom usar esse diminutivo? -, se limitem a recusar, alegando ser dolorido e não-prazeroso, etc, sem necessidade de mandar homem heterossexual ‘dar o traseiro pra ver o que é bom pra tosse’! Vai que o cara aceita a sugestão, gosta da experiência e vira gay, bissexual, pansexual... Depois essas mulheres de cu arrochado (acreditem se quiser!) vão se queixar de que está faltando macho no pedaço, que os homens estão virando gay, e todos esses clichês de conversas de comadre da heterossexualidade feminina...
O pior, e que costuma acontecer com muita freqüência, é quando elas são ‘santinhas’ do pau oco – não estou me referindo às mulheres que eu não conheça pessoalmente e/ou na cama –, e quando traem, pegam uns caras machistas mesmo pra valer, que enrabam ‘na maior moral’, elas gostam, as safadinhas, enquanto os ‘namorados’, os ‘noivos’, os ‘maridos traídos’ ficam na mão, nada de comer cuzinho, fazem o papel de bobo, “pra deixar de serem otários, manés, cornos, chifrudos”, etc... Por essas e outras que existem uns caras machistas irreverentes, sacanas, que conheci tanto em locais de trabalho – entrevistando como jornalista ou atuando como poeta - ou em mesa de bar, nos botecos, na esbórnia –, uns caras meio casca-grossa, meio malandros e malandros e meio, que gostam de ‘brincar’ assegurando que, quando eram meninos, nas brincadeiras de troca-troca, davam o fiofó por um biscoito (!) e hoje não dão nem por uma padaria!

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