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sábado, 25 de julho de 2009

UM POEMA DE R. BROWNING

Robert Browning


VIDA NUM AMOR
(Life in a Love)


Escapares de mim?
Nunca –
Meu amor! –
Enquanto eu seja eu e essa alma for tua,
Enquanto o mundo, aos dois, nos contiver –
Eu te querendo e tu sem nada quereres –
Se há um que evita, o outro continua.
Temo ser minha vida algum erro, por fim –
Antes parece uma fatalidade!
Quase nada consigo, na verdade –
Mas que fazer, se não atinjo o fim?
Há que manter os nervos em tensão,
Os olhos enxugar em cada ruína,
Se malogrado, erguer-me em repelão –
Assim, na caça, a presa se elimina.
No entanto, olha uma vez dessa distância,
Para mim, tão no fundo, em poeira e negrume;
Mal cai por terra uma velha esperança,
Renascido, visando o mesmo lume,
Tomo feitio –
Sempre
Transmudado.

Fonte: Antologia “Oiro de vário tempo e lugar (De São Francisco de Assis a Louis Aragon)”. Versão por A. Herculano de Carvalho. Porto-Portugal: O oiro do dia, 1983.