Poderia ter sido pior.
Pablo Capistrano
Escritor, professor de filosofia do IFRN.
www.pablocapistrano.com.br
Não sou adepto de doutrinas polianescas, daquelas que justificam as misérias da vida com um discurso “poderia ter sido pior”. Também não acho, como o velho Leibniz, que este é o melhor dos mundos possíveis. Não precisei ler o Cândido de Voltaire para saber que, nesse mundo, nem sempre os justos são felizes e que muitas vezes os puros de coração são destroçados pelos canalhas. No entanto, tenho que admitir depois da eliminação do Brasil para a Holanda nas quartas de final dessa Copa: “poderia ter sido pior”.
Nós poderíamos ter ganhado essa copa! Sim, imagine o que aconteceria se o Brasil fosse campeão derrotando, por exemplo, a Espanha, ou a Alemanha!!
Conta-se nas crônicas do futebol que duas seleções foram responsáveis por um tipo de crime bastante conhecido no mundo da bola: “o futibocídio”. Em 1954, por exemplo, a maravilhosa seleção Puskas foi derrotada debaixo de chuva pelo futebol pragmático do alemão Fritz Walter. A Alemanha, aliás, que é a maior das futibocídas da história, uma espécie de serial killer do futebol arte, poderia ser vítima essa copa de seu próprio veneno. A Hungria de 1954, a Holanda de 1974, a França de Platini e Tiganá que encantou o mundo em 1982. Todas essas seleções foram vítimas do pragmatismo germânico, da mecânica de um jogo que parece com futebol e que surpreendentemente funciona. Nós, brasileiros, fomos vitimas de outro futebocida. Em 1982 fomos abatidos pela Itália de Paolo Rossi.
O catenaccio italiano, posto em prática em 2010 por uma cosmopolita Internazionale de Milão, e elevado a paradigma do futebol de resultados pelos obtusos da bola, foi, para nós, o grande carrasco do futebol brasileiro pós 1970. Os próprios italianos reconhecem seu estilo e assumem sua posição de carrascos do futebol arte. O escritor italiano Ignácio Taibo costumava a dizer: “o catenaccio é a antiliteratura”. Jogando com um zagueiro na sobra, atrás de um muro de quatro homens plantados na defesa, o estilo futibocida dos italianos se baseava na ideia de que um time precisa jogar sem a bola, marcando e reduzindo os espaços do oponente de modo a, em um vacilo, roubar a pelota e ligar um contra ataque rápido através de lançamentos longos ou da velocidade de seus laterais.
Qualquer semelhança com o futebol da seleção de Dunga não é mera coincidência. O Brasil esse ano abdicou de algo que os Argentinos e os Espanhóis (até, de certo modo, os alemães de 2010!!!) sabem muito bem o que é. O futebol sul americano se firmou no mundo com um conceito oposto ao dos futebocidas europeus: manter a posse da bola, tocar, tocar, tocar, defender com a bola nos pés e atacar sempre. Assim o Brasil foi tri campeão mundial (podemos imaginar também que a copa de 2002 teve muitos momentos desse velho estilo de jogar), assim perdemos a copa de 1982 e 1986 e assim o Brasil se formou uma Seleção mítica.
Construímos nossa literatura futebolística com esse tipo de poesia que hoje outros times parecem tentar imitar. Imaginem o que aconteceria se encontrássemos um time na final, jogando desse modo, e fossemos campeões contra nosso próprio estilo de jogo? Em um futebol globalizado, em que as seleções se tornam todas iguais, flutuando em uma mesma mediocridade criativa e em uma covardia futebolística fundamental o Brasil sempre foi o diferencial. Nós éramos isso, nós tínhamos essa característica, esse romantismo que se configurava magicamente em nossos pés em resultados.
Há uma falsa discussão no Brasil, que diz que só há duas soluções para o futebol brasileiro: perder jogando como em 1982 ou ganhar jogando como em 1994. Essa é uma discussão suicida. Esquecemos que podemos de novo ganhar como em 1970. Cristalizamos 1970. Sacralizamos tanto aquela Seleção que acreditamos piamente ser impossível repetir aquilo. Esse é o nosso erro, a nossa mais desconcertante ironia: não sabemos mais como imitar a nós mesmos. Se a Seleção de Dunga ganhasse iriam surgir vozes na imprensa dizendo “O nosso futebol é prosa, não é poesia” (parafraseando o técnico italiano Giovanni Trapattoni). Me chame de porco multicuralista, eu não me importo. Ser patriota não é torcer pela Seleção brasileira, ser patriota é torcer pelo futebol que se joga no Brasil, uma marca de identidade que nos faz ser aquilo que nós somos e que de vez em quando amamos nos esquecer.
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segunda-feira, 5 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
FUTEBOL/Copa 2010
Lições de erros e acertos da seleção brasileira na “era Dunga”
Jóis Alberto
Hoje, 2 de julho de 2010, é um dia triste para o povo brasileiro. Na manhã deste dia, a seleção brasileira de futebol foi eliminada nas quartas de final para a seleção da Holanda, por 2 x 1, no estádio Nelson Mandela Bay, na cidade de Porto Elizabeth, África do Sul. Passado o grande impacto inicial da derrota, impacto e tristeza maiores porque o Brasil dominou o jogo no primeiro tempo, com 1x0, ao se analisar com mais calma os acertos e erros da equipe brasileira, se pode também traçar algumas perspectivas não só para compreensão dos esportes na era da comunicação digital, mas em relação ao planejamento para a Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014.
Diante da tradição de conquistas do futebol brasileiro em Copas do Mundo, pentacampeão mundial, falar dos acertos técnicos da equipe comandada por Dunga, seria redundante em relação ao que profissionais do futebol já comentaram na TV, rádio, jornais, revistas, internet e outros veículos de comunicação. Culpar isoladamente um jogador, no caso Felipe Melo, que nesse jogo passou da posição de herói – ele contribuiu com passe para o gol de Robinho -, para vilão, pois o mesmo Felipe Melo involuntariamente fez gol contra, numa indecisão fatal com o goleiro Júlio César, seria a reação emocional mais esperada, porém não considero a mais correta.
FIM DA “ERA DUNGA”
Fim da “era Dunga”? Para muitos, felizmente sim! Na minha opinião de torcedor, o grande problema da seleção brasileira nessa Copa 2010 foi a equipe não ter trabalhado melhor o psicológico, o emocional, para saber manter a calma, o auto-controle, nos momentos de maior tensão e nervosismo. Eu, que muitas vezes em situações de stress e nervosismo, perco o auto-controle, sei como é difícil manter a calma em situações como essa. Porém tenho consciência também que perder a calma não ajuda em nada. Foi o que aconteceu com o time brasileiro, principalmente após os lamentáveis erros de Felipe Melo, principalmente quando ele, Melo, após o Brasil estar perdendo de 2x1, ainda marcou uma falta e pisou com maldade na perna de um jogador holandês, sendo desse modo expulso do campo e deixando o Brasil com dez jogadores, numa situação ainda mais difícil. Não é dessa violência que o futebol brasileiro precisa.
O que precisa, então? Comprometimento? É óbvio que sim, porque se não tem esse comprometimento, tão alardeado por Dunga nas entrevistas à imprensa, não se tem o espírito de equipe. Os atletas jogaram com garra? De modo geral, sim. Com talento? Nem sempre... Na primeira partida, contra a Coréia do Norte, de quem o Brasil ganhou por um medíocre 2x1, eu consegui compreender esse placar, por causa principalmente do peso emocional da estréia, diante de um adversário que se fechava na defesa... Nas demais partidas, o desempenho mediano esperado dessa seleção, pelos mais realistas, pelo menos garantiu a classificação para as quartas de final... E foi por confiar demais no estilo mediano de Dunga e dos jogadores escalados por ele, exceção é claro de Robinho e Kaká, que mesmo não jogando o que sabe é superior a vários outros dessa seleção, foi confiando nisso que o Brasil perdeu, quando faltava pouco para alcançar as semi-finais.
Apesar do fracasso, é inegável que Dunga é um treinador com credenciais suficientes para ter ocupado o cargo de técnico da seleção brasileira, como comprovam algumas conquistas de campeonatos importantes que ele ostenta na biografia. Os grandes problemas dele foram a teimosia e o descontrole emocional... Agora, todavia, se eu fosse falar de craques que ficaram de fora seria fazer uma média que prefiro evitar, porque nesse momento, com a eliminação, ficou fácil argumentar nesse sentido... No entanto, é bem verdade que ele, Dunga, poderia ter sido mais flexível, refletido melhor e, quem sabe, o resultado hoje não tivesse sido diferente, se, por exemplo, ele tivesse atendido não só aos apelos de grande parte da torcida brasileira, mas também de profissionais do futebol que atuam na imprensa. Dunga, porém, preferiu correr o risco...
No final, qual o balanço conclusivo dos acertos e erros da seleção, do técnico e da comissão técnica em 2010? Na minha opinião, no geral Dunga e jogadores se saíram razoavelmente porque conseguiram levar o time até às quartas de final, numa Copa em que grandes favoritos foram eliminados nos primeiros jogos, como a França, em grande parte exatamente devido ao descontrole emocional, como no caso do técnico francês e seus jogadores, levando a equipe francesa a um descontrole ainda maior do que o de Dunga e seu time.
EXPECTATIVAS PARA A COPA 2014
Para a Copa de 2014, na qual a cidade de Natal está incluída, é torcer desde já que a seleção brasileira consiga manter o auto-controle na estréia e nas partidas decisivas após as oitavas de final... É saber se recuperar de desempenhos medíocres, como por exemplo foi o caso de Luís Fabiano, que não foi bem na estréia na Copa de 2010 e depois marcou gol; ter o talento do goleiro Júlio César; saber marcar bem, o que faltou entre os laterais escalados; ter o espírito combativo de um zagueiro como Lúcio, que mostrou combatividade, garra, virilidade, sem apelar para a pancadaria, como Felipe Melo, pancadaria que, na defesa, muitas vezes mais atrapalha do que ajuda, como se viu nesta partida de hoje. Dentre os jogadores que atuaram como meias gostei do desempenho de Elano e Kaká; e dos atacantes, Luís Fabiano e Robinho; Nilmar apenas razoável e, Grafite... Bom, esse é um enigma indecifrável... Só Deus sabe por que ele foi convocado!!!
Torço ainda para que Natal consiga, nesses próximos quatro anos, resolver o problema no trânsito da cidade, em especial aqui nessa área central onde moro, o Alecrim, cujo excesso de veículos em ruas estreitas e camelôs nas calçadas transformam o bairro num caos durante os dias úteis da semana...
E para finalizar um último comentário, como jornalista: é sobre o relacionamento de Dunga com a imprensa, em especial a Globo. Na entrevista em que ele, Dunga, murmurou insultos, captados nas imagens e um pouco no áudio, contra repórteres, considero que faltou prudência e humildade de ambos os lados... É lógico que um técnico, em especial ele, que foi jogador tetracampeão, conhece muito de futebol, da mesma forma que vários jornalistas que cobrem essa área e acabam se especializando...
Quanto a Galvão Bueno sempre tive uma opinião: ele é o melhor narrador esportivo da TV brasileira, de modo que ele é imbatível, diria mesmo insubstituível, quando atletas brasileiros saem vitoriosos em diversas modalidades, como futebol, automobilismo, vôlei, basquete, etc... O ruim em Galvão Bueno é quando equipes esportivas brasileiras estão perdendo... Aí é difícil suportar as lamentações dele, os comentários a eventos esportivos já esquecidos por muitos, a referência a superstições, e outras besteiras... Antes, o torcedor tinha que lamentar isso em casa, bares e outros espaços de lazer, com amigos e parentes... Hoje é diferente: fazem gozações que se tornam famosas, como fizeram com o próprio Galvão na internet, montando vídeos que correm o mundo pelo you tube... É a interatividade da era da comunicação digital... Uma época em que a Globo já não pode mais monopolizar sozinha as telecomunicações no Brasil, como fazia antigamente: além de concorrentes nacionais fortes na televisão, tem a concorrência de portais na internet, muitos deles sob o controle acionário de corporações estrangeiras, que por sua vez, não raras vezes veiculam um noticiário que parece torcer contra o Brasil, contra o nosso patriotismo, nossas tradições, nossos arquétipos mais profundos -, mas isso é outra história...
Enfim, futebol se faz com fé, garra, espírito esportivo, arte e ciência.... E, principalmente, muito talento e tranqüilidade, como nos tempos de ídolos inesquecíveis como Pelé, Didi, Garrincha, Gerson, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Romário, Cafu, Bebeto, Tafarel, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho...
Jóis Alberto
Hoje, 2 de julho de 2010, é um dia triste para o povo brasileiro. Na manhã deste dia, a seleção brasileira de futebol foi eliminada nas quartas de final para a seleção da Holanda, por 2 x 1, no estádio Nelson Mandela Bay, na cidade de Porto Elizabeth, África do Sul. Passado o grande impacto inicial da derrota, impacto e tristeza maiores porque o Brasil dominou o jogo no primeiro tempo, com 1x0, ao se analisar com mais calma os acertos e erros da equipe brasileira, se pode também traçar algumas perspectivas não só para compreensão dos esportes na era da comunicação digital, mas em relação ao planejamento para a Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014.
Diante da tradição de conquistas do futebol brasileiro em Copas do Mundo, pentacampeão mundial, falar dos acertos técnicos da equipe comandada por Dunga, seria redundante em relação ao que profissionais do futebol já comentaram na TV, rádio, jornais, revistas, internet e outros veículos de comunicação. Culpar isoladamente um jogador, no caso Felipe Melo, que nesse jogo passou da posição de herói – ele contribuiu com passe para o gol de Robinho -, para vilão, pois o mesmo Felipe Melo involuntariamente fez gol contra, numa indecisão fatal com o goleiro Júlio César, seria a reação emocional mais esperada, porém não considero a mais correta.
FIM DA “ERA DUNGA”
Fim da “era Dunga”? Para muitos, felizmente sim! Na minha opinião de torcedor, o grande problema da seleção brasileira nessa Copa 2010 foi a equipe não ter trabalhado melhor o psicológico, o emocional, para saber manter a calma, o auto-controle, nos momentos de maior tensão e nervosismo. Eu, que muitas vezes em situações de stress e nervosismo, perco o auto-controle, sei como é difícil manter a calma em situações como essa. Porém tenho consciência também que perder a calma não ajuda em nada. Foi o que aconteceu com o time brasileiro, principalmente após os lamentáveis erros de Felipe Melo, principalmente quando ele, Melo, após o Brasil estar perdendo de 2x1, ainda marcou uma falta e pisou com maldade na perna de um jogador holandês, sendo desse modo expulso do campo e deixando o Brasil com dez jogadores, numa situação ainda mais difícil. Não é dessa violência que o futebol brasileiro precisa.
O que precisa, então? Comprometimento? É óbvio que sim, porque se não tem esse comprometimento, tão alardeado por Dunga nas entrevistas à imprensa, não se tem o espírito de equipe. Os atletas jogaram com garra? De modo geral, sim. Com talento? Nem sempre... Na primeira partida, contra a Coréia do Norte, de quem o Brasil ganhou por um medíocre 2x1, eu consegui compreender esse placar, por causa principalmente do peso emocional da estréia, diante de um adversário que se fechava na defesa... Nas demais partidas, o desempenho mediano esperado dessa seleção, pelos mais realistas, pelo menos garantiu a classificação para as quartas de final... E foi por confiar demais no estilo mediano de Dunga e dos jogadores escalados por ele, exceção é claro de Robinho e Kaká, que mesmo não jogando o que sabe é superior a vários outros dessa seleção, foi confiando nisso que o Brasil perdeu, quando faltava pouco para alcançar as semi-finais.
Apesar do fracasso, é inegável que Dunga é um treinador com credenciais suficientes para ter ocupado o cargo de técnico da seleção brasileira, como comprovam algumas conquistas de campeonatos importantes que ele ostenta na biografia. Os grandes problemas dele foram a teimosia e o descontrole emocional... Agora, todavia, se eu fosse falar de craques que ficaram de fora seria fazer uma média que prefiro evitar, porque nesse momento, com a eliminação, ficou fácil argumentar nesse sentido... No entanto, é bem verdade que ele, Dunga, poderia ter sido mais flexível, refletido melhor e, quem sabe, o resultado hoje não tivesse sido diferente, se, por exemplo, ele tivesse atendido não só aos apelos de grande parte da torcida brasileira, mas também de profissionais do futebol que atuam na imprensa. Dunga, porém, preferiu correr o risco...
No final, qual o balanço conclusivo dos acertos e erros da seleção, do técnico e da comissão técnica em 2010? Na minha opinião, no geral Dunga e jogadores se saíram razoavelmente porque conseguiram levar o time até às quartas de final, numa Copa em que grandes favoritos foram eliminados nos primeiros jogos, como a França, em grande parte exatamente devido ao descontrole emocional, como no caso do técnico francês e seus jogadores, levando a equipe francesa a um descontrole ainda maior do que o de Dunga e seu time.
EXPECTATIVAS PARA A COPA 2014
Para a Copa de 2014, na qual a cidade de Natal está incluída, é torcer desde já que a seleção brasileira consiga manter o auto-controle na estréia e nas partidas decisivas após as oitavas de final... É saber se recuperar de desempenhos medíocres, como por exemplo foi o caso de Luís Fabiano, que não foi bem na estréia na Copa de 2010 e depois marcou gol; ter o talento do goleiro Júlio César; saber marcar bem, o que faltou entre os laterais escalados; ter o espírito combativo de um zagueiro como Lúcio, que mostrou combatividade, garra, virilidade, sem apelar para a pancadaria, como Felipe Melo, pancadaria que, na defesa, muitas vezes mais atrapalha do que ajuda, como se viu nesta partida de hoje. Dentre os jogadores que atuaram como meias gostei do desempenho de Elano e Kaká; e dos atacantes, Luís Fabiano e Robinho; Nilmar apenas razoável e, Grafite... Bom, esse é um enigma indecifrável... Só Deus sabe por que ele foi convocado!!!
Torço ainda para que Natal consiga, nesses próximos quatro anos, resolver o problema no trânsito da cidade, em especial aqui nessa área central onde moro, o Alecrim, cujo excesso de veículos em ruas estreitas e camelôs nas calçadas transformam o bairro num caos durante os dias úteis da semana...
E para finalizar um último comentário, como jornalista: é sobre o relacionamento de Dunga com a imprensa, em especial a Globo. Na entrevista em que ele, Dunga, murmurou insultos, captados nas imagens e um pouco no áudio, contra repórteres, considero que faltou prudência e humildade de ambos os lados... É lógico que um técnico, em especial ele, que foi jogador tetracampeão, conhece muito de futebol, da mesma forma que vários jornalistas que cobrem essa área e acabam se especializando...
Quanto a Galvão Bueno sempre tive uma opinião: ele é o melhor narrador esportivo da TV brasileira, de modo que ele é imbatível, diria mesmo insubstituível, quando atletas brasileiros saem vitoriosos em diversas modalidades, como futebol, automobilismo, vôlei, basquete, etc... O ruim em Galvão Bueno é quando equipes esportivas brasileiras estão perdendo... Aí é difícil suportar as lamentações dele, os comentários a eventos esportivos já esquecidos por muitos, a referência a superstições, e outras besteiras... Antes, o torcedor tinha que lamentar isso em casa, bares e outros espaços de lazer, com amigos e parentes... Hoje é diferente: fazem gozações que se tornam famosas, como fizeram com o próprio Galvão na internet, montando vídeos que correm o mundo pelo you tube... É a interatividade da era da comunicação digital... Uma época em que a Globo já não pode mais monopolizar sozinha as telecomunicações no Brasil, como fazia antigamente: além de concorrentes nacionais fortes na televisão, tem a concorrência de portais na internet, muitos deles sob o controle acionário de corporações estrangeiras, que por sua vez, não raras vezes veiculam um noticiário que parece torcer contra o Brasil, contra o nosso patriotismo, nossas tradições, nossos arquétipos mais profundos -, mas isso é outra história...
Enfim, futebol se faz com fé, garra, espírito esportivo, arte e ciência.... E, principalmente, muito talento e tranqüilidade, como nos tempos de ídolos inesquecíveis como Pelé, Didi, Garrincha, Gerson, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Romário, Cafu, Bebeto, Tafarel, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho...
segunda-feira, 21 de junho de 2010
CINEMA E ANTROPOLOGIA/ Retrospectiva Jean Rouch
Começa exibição de curtas e longas do documentarista francês no Auditório SEBRAE em Natal
Começa nesta segunda-feira à noite (21/06/2010) uma ampla retrospectiva de curtas e longas do documentarista francês Jean Rouch (1917-2004), no prédio do Sebrae/RN em Natal. Ao todo a mostra é composta de 37 filmes, que serão exibidos em três sessões diárias – 15, 17 e 20h –, no perído de 21 a 26 de junho, no auditório do Sebrae, av. Lima e Silva, 76, Lagoa Nova, próximo ao estádio Machadão, em Lagoa Nova.
Segundo a professora Lisabete Coradini, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN, Jean Rouch, mais conhecido como "antropólogo do cinema", notabilizou-se por um estilo que conjuga o cinema-verdade com um enfoque etnográfico, filmando em diversos países africanos.
De acordo com a professora Lisabete, essa é uma possibilidade de conhecer filmes raros do diretor, caso de Babatu, Os Três Conselhos, que, filmado em Níger, concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 1976; e Funerais em Bongo: O Velho Anaï 1848-1971, filmado no Mali em 1972.
Um dos destaques da programação é o documentário Jean Rouch — O Primeiro Filme, de Dominique Dubosc. Feito em 1991, o filme dá oportunidade a que Rouch revisite e critique seu primeiro filme, No País dos Magos Negros (1946-1947).
O que já se disse: "A presente Retrospectiva Jean Rouch é um marco definitivo em direção à popularização de sua obra entre nós" (antropóloga Patrícia Monte-Mór)
PROGRAMAÇÃO
HOJE (21/06/2010):
Sessão Especial às 19 horas
Abertura dia 21 de junho às 20:15 h
Palestra : "Jean Rouch e Glauber Rocha : de um transe a outro" - Prof. Dr. Mateus Araujo Silva
(UFMG,França)
Engenheiro e doutor em letras, explorador e etnógrafo, Jean Rouch conhecia, desde menino, a obra de Flaherty e Murnau. Ligado ao Museu do Homem - Paris - centro de estudos de antropologia - começou a registrar suas observações etnográficas em filme, ainda nos anos 40, durante viagens à África. Em 1960 realiza, junto com sociólogo Edgar Morin, o filme Crônica de um verão (Chronique d' un été), apoiado em novos recursos técnicos como câmera leve, na mão e gravador de som direto (Nagra). Rouch também investiga possibilidades além das fronteiras do documentário, misturando procedimentos e influências da ficção no desenvolvimento de suas obras. Chama atenção a maneira como investiga a influência cultural do cinema no filme Eu, um negro (Moi, un noir). Os personagens, reais, "fazem de conta" que são atores conhecidos do cinema americano. Pela forma de apresentar esses mitos ficamos sabendo muito de seus sonhos, de sua visão de mundo e da sua cultura. A obra e as idéias de Jean Rouch tem fortes vínculos com o documentário brasileiro ligado ao Cinema Novo (anos 60), pois vários jovens brasileiros fizeram cursos de documentário no Museu do Homem.
Começa nesta segunda-feira à noite (21/06/2010) uma ampla retrospectiva de curtas e longas do documentarista francês Jean Rouch (1917-2004), no prédio do Sebrae/RN em Natal. Ao todo a mostra é composta de 37 filmes, que serão exibidos em três sessões diárias – 15, 17 e 20h –, no perído de 21 a 26 de junho, no auditório do Sebrae, av. Lima e Silva, 76, Lagoa Nova, próximo ao estádio Machadão, em Lagoa Nova.
Segundo a professora Lisabete Coradini, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN, Jean Rouch, mais conhecido como "antropólogo do cinema", notabilizou-se por um estilo que conjuga o cinema-verdade com um enfoque etnográfico, filmando em diversos países africanos.
De acordo com a professora Lisabete, essa é uma possibilidade de conhecer filmes raros do diretor, caso de Babatu, Os Três Conselhos, que, filmado em Níger, concorreu à Palma de Ouro em Cannes em 1976; e Funerais em Bongo: O Velho Anaï 1848-1971, filmado no Mali em 1972.
Um dos destaques da programação é o documentário Jean Rouch — O Primeiro Filme, de Dominique Dubosc. Feito em 1991, o filme dá oportunidade a que Rouch revisite e critique seu primeiro filme, No País dos Magos Negros (1946-1947).
O que já se disse: "A presente Retrospectiva Jean Rouch é um marco definitivo em direção à popularização de sua obra entre nós" (antropóloga Patrícia Monte-Mór)
PROGRAMAÇÃO
HOJE (21/06/2010):
Sessão Especial às 19 horas
Abertura dia 21 de junho às 20:15 h
Palestra : "Jean Rouch e Glauber Rocha : de um transe a outro" - Prof. Dr. Mateus Araujo Silva
(UFMG,França)
Engenheiro e doutor em letras, explorador e etnógrafo, Jean Rouch conhecia, desde menino, a obra de Flaherty e Murnau. Ligado ao Museu do Homem - Paris - centro de estudos de antropologia - começou a registrar suas observações etnográficas em filme, ainda nos anos 40, durante viagens à África. Em 1960 realiza, junto com sociólogo Edgar Morin, o filme Crônica de um verão (Chronique d' un été), apoiado em novos recursos técnicos como câmera leve, na mão e gravador de som direto (Nagra). Rouch também investiga possibilidades além das fronteiras do documentário, misturando procedimentos e influências da ficção no desenvolvimento de suas obras. Chama atenção a maneira como investiga a influência cultural do cinema no filme Eu, um negro (Moi, un noir). Os personagens, reais, "fazem de conta" que são atores conhecidos do cinema americano. Pela forma de apresentar esses mitos ficamos sabendo muito de seus sonhos, de sua visão de mundo e da sua cultura. A obra e as idéias de Jean Rouch tem fortes vínculos com o documentário brasileiro ligado ao Cinema Novo (anos 60), pois vários jovens brasileiros fizeram cursos de documentário no Museu do Homem.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
PALESTRA E LANÇAMENTO LITERÁRIO
Emir Sader faz palestra e lança na UFRN o livro
"Brasil - Entre o Passado e o Futuro"
Emir Sader, um dos mais importantes intelectuais do Brasil na atualidade, estará na UFRN, em Natal, nesta terça-feira (22/06/2010), para fazer palestra e lançamento literário, numa promoção que conta com apoio do PPGCS – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN; ADURN - Associação dos Docentes da UFRN e Livraria da Cooperativa Cultural da mesma Universidade. “Brasil – Entre o Passado e o Futuro” é o título da palestra que o professor doutor da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Emir Sader, fará a partir das 9h desta terça-feira no auditório “B” do CCHLA-NAPP, no Campus Central da UFRN. Em seguida, Emir Sader participará do lançamento literário, autografando o livro de título homônimo, “Brasil – Entre o Passado e o Futuro”, a partir das 11h da terça, na Livraria da Cooperativa Cultural, no Campus da UFRN nesta capital.
Co-edição da Editora Boitempo e da Fundação Perseu Abramo, “Brasil: entre o passado e o futuro”, organizado por Emir Sader e Marco Aurélio Garcia, reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. Os textos se debruçam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.
O livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais – integrantes do governo ou não – que nunca deixaram de pensar e sistematizar idéias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.
O livro apresenta um conjunto de dados, análises e propostas de ensaístas comprometidos com um projeto de país que será o centro do debate nas disputas eleitorais de 2010. Busca, assim, trazer uma contribuição interpretativa sobre o momento atual, vislumbrando transformar o futuro.
FONTE:
http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-158-1
"Brasil - Entre o Passado e o Futuro"
Emir Sader, um dos mais importantes intelectuais do Brasil na atualidade, estará na UFRN, em Natal, nesta terça-feira (22/06/2010), para fazer palestra e lançamento literário, numa promoção que conta com apoio do PPGCS – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN; ADURN - Associação dos Docentes da UFRN e Livraria da Cooperativa Cultural da mesma Universidade. “Brasil – Entre o Passado e o Futuro” é o título da palestra que o professor doutor da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Emir Sader, fará a partir das 9h desta terça-feira no auditório “B” do CCHLA-NAPP, no Campus Central da UFRN. Em seguida, Emir Sader participará do lançamento literário, autografando o livro de título homônimo, “Brasil – Entre o Passado e o Futuro”, a partir das 11h da terça, na Livraria da Cooperativa Cultural, no Campus da UFRN nesta capital.
Co-edição da Editora Boitempo e da Fundação Perseu Abramo, “Brasil: entre o passado e o futuro”, organizado por Emir Sader e Marco Aurélio Garcia, reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. Os textos se debruçam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.
O livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais – integrantes do governo ou não – que nunca deixaram de pensar e sistematizar idéias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.
O livro apresenta um conjunto de dados, análises e propostas de ensaístas comprometidos com um projeto de país que será o centro do debate nas disputas eleitorais de 2010. Busca, assim, trazer uma contribuição interpretativa sobre o momento atual, vislumbrando transformar o futuro.
FONTE:
http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-158-1
NOTÍCIA/Escritor português José Saramago morre aos 87 anos
Do site www.vermelho.org.br/
"Nossa única defesa contra a morte é o amor", disse certa vez o escritor português José Saramago. Deixando um vazio na literatura, ele morreu nesta sexta-feira (18/06/2010) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), aos 87 anos. Em 1998, Saramago - que era filiado ao Partido Comunista Português - ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.
A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na sua residência em Lanzarote "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila".
Leia também no site www.vermelho.org.br:
• Para PCP morte de Saramago é perda irreparável
• Governo brasileiro lamenta morte do escritor José Saramago
O escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses, e, apesar da mudança com a família para Lisboa, com apenas dois anos, o local de nascimento seria uma marca constante ao longo da sua vida, como anunciaria em 1998, aos 76 anos, no discurso perante a Academia Sueca pela atribuição do Nobel da Literatura.
Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora. Começou a atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado. Voltou a publicar livro de poemas em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, visto hoje como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois. Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, onde viveu até hoje.
Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7). O livro Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008.
Seus inegáveis méritos como romancista foram finalmente reconhecidos em 1998 com o Prêmio Nobel de Literatura, concedido por ter criado uma obra na qual "mediante parábolas sustentadas com imaginação, compaixão e ironia, nos permite continuamente captar uma realidade fugitiva".
Nos últimos anos, Saramago não deixou passar muito tempo entre um romance e outro. Era consciente de sua idade e, como disse à agência Efe em entrevista, tinha "ainda algo para dizer", e o melhor é que o dissesse "o mais rápido possível". Embora também dizia que "chegará o dia em que se acabarão as ideias, e nada iria ocorrer".
Seus romances abordam reflexões sobre alguns dos principais problemas do ser humano, fazem o leitor pensar, o estremecem e comovem. Seus personagens estão cheios de dignidade.
Saramago era filiado ao Partido Comunista Português, tornando-se um dos mais distintos militantes até à sua morte. A sua primeira biografia, do escritor também português João Marques Lopes, foi lançada neste ano. A edição brasileira de "Saramago: uma Biografia" chegou às livrarias no mês passado, com uma tiragem de 20 mil exemplares pela editora LeYa.
Segundo o autor, Saramagou chegou a pensar na hipótese de migrar para o Brasil na década de 1960. "Em cartas a Jorge de Sena e a Nathaniel da Costa datadas de 1963, Saramago considera estes tempos em que escreveu e reuniu as poesias que fariam parte de 'Os Poemas Possíveis' como desgastantes em termos emocionais e chega mesmo a ponderar a hipótese de migrar para o Brasil. Esta informação surpreendeu-me bastante, pois não fazia a mínima ideia de que o escritor chegara a ponderar a hipótese de emigrar para o Brasil e por a mesma coincidir com o período da história brasileira em que esteve mais iminente uma transformação socialista do país", disse Lopes em entrevista à Folha.com.
Após lançamento da biografia, Saramago classificou a obra como "um trabalho honesto, sério, sem especulações gratuitas". O escritor era consciente do poder que tinha a internet para divulgar qualquer ideia, e em setembro de 2008 criou um blog, intitulado "O caderno". Foi "um espaço pessoal na página infinita de internet", segundo suas palavras.
A morte o surpreendeu quando preparava um romance sobre a indústria do armamento e a ausência de greves neste setor, ou pelo menos essa era a ideia que queria desenvolver, como disse quando apresentou "Caim" em novembro de 2009.
Ajuda ao Haiti
Saramago relançou em janeiro deste ano nova edição do livro A Jangada de Pedra, que tem toda a sua renda revertida para as vítimas do terremoto no Haiti. O relançamento da obra foi resultado da campanha "Uma balsa de pedra a caminho do Haiti", que doa integralmente os 15 euros que custará o livro (na União Europeia) ao fundo de emergência da Cruz Vermelha para ajudar o Haiti.
Em nota, Saramago havia explicado que a iniciativa é da sua fundação e só foi possível graças à "pronta generosidade das entidades envolvidas na edição do livro".
Obras publicadas
Poesias
- Os poemas possíveis, 1966
- Provavelmente alegria, 1970
- O ano de 1993, 1975
Crônicas
- Deste mundo e do outro, 1971
- A bagagem do viajante, 1973
- As opiniões que o DL teve, 1974
- Os apontamentos, 1976
Viagens
- Viagem a Portugal, 1981
Teatro
- A noite, 1979
- Que farei com este livro?, 1980
- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
- In Nomine Dei, 1993
- Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005
Contos
- Objecto quase, 1978
- Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
- O conto da ilha desconhecida, 1997
Romance
- Terra do pecado, 1947
- Manual de pintura e caligrafia, 1977
- Levantado do chão, 1980
- Memorial do convento, 1982
- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
- A jangada de pedra, 1986
- História do cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio sobre a cegueira, 1995 (Prémio Nobel da literatura 1998)
- A bagagem do viajante, 1996
- Cadernos de Lanzarote, 1997
- Todos os nomes, 1997
- A caverna, 2001
- O homem duplicado, 2002
- Ensaio sobre a lucidez, 2004
- As intermitências da morte, 2005
- As pequenas memórias, 2006
- A Viagem do Elefante, 2008
- O Caderno, 2009
- Caim, 2009
FONTE:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=131707&id_secao=11
Acesso feito em 18 de junho de 2010.
"Nossa única defesa contra a morte é o amor", disse certa vez o escritor português José Saramago. Deixando um vazio na literatura, ele morreu nesta sexta-feira (18/06/2010) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), aos 87 anos. Em 1998, Saramago - que era filiado ao Partido Comunista Português - ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.
A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na sua residência em Lanzarote "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila".
Leia também no site www.vermelho.org.br:
• Para PCP morte de Saramago é perda irreparável
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O escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses, e, apesar da mudança com a família para Lisboa, com apenas dois anos, o local de nascimento seria uma marca constante ao longo da sua vida, como anunciaria em 1998, aos 76 anos, no discurso perante a Academia Sueca pela atribuição do Nobel da Literatura.
Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora. Começou a atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado. Voltou a publicar livro de poemas em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, visto hoje como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois. Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, onde viveu até hoje.
Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7). O livro Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008.
Seus inegáveis méritos como romancista foram finalmente reconhecidos em 1998 com o Prêmio Nobel de Literatura, concedido por ter criado uma obra na qual "mediante parábolas sustentadas com imaginação, compaixão e ironia, nos permite continuamente captar uma realidade fugitiva".
Nos últimos anos, Saramago não deixou passar muito tempo entre um romance e outro. Era consciente de sua idade e, como disse à agência Efe em entrevista, tinha "ainda algo para dizer", e o melhor é que o dissesse "o mais rápido possível". Embora também dizia que "chegará o dia em que se acabarão as ideias, e nada iria ocorrer".
Seus romances abordam reflexões sobre alguns dos principais problemas do ser humano, fazem o leitor pensar, o estremecem e comovem. Seus personagens estão cheios de dignidade.
Saramago era filiado ao Partido Comunista Português, tornando-se um dos mais distintos militantes até à sua morte. A sua primeira biografia, do escritor também português João Marques Lopes, foi lançada neste ano. A edição brasileira de "Saramago: uma Biografia" chegou às livrarias no mês passado, com uma tiragem de 20 mil exemplares pela editora LeYa.
Segundo o autor, Saramagou chegou a pensar na hipótese de migrar para o Brasil na década de 1960. "Em cartas a Jorge de Sena e a Nathaniel da Costa datadas de 1963, Saramago considera estes tempos em que escreveu e reuniu as poesias que fariam parte de 'Os Poemas Possíveis' como desgastantes em termos emocionais e chega mesmo a ponderar a hipótese de migrar para o Brasil. Esta informação surpreendeu-me bastante, pois não fazia a mínima ideia de que o escritor chegara a ponderar a hipótese de emigrar para o Brasil e por a mesma coincidir com o período da história brasileira em que esteve mais iminente uma transformação socialista do país", disse Lopes em entrevista à Folha.com.
Após lançamento da biografia, Saramago classificou a obra como "um trabalho honesto, sério, sem especulações gratuitas". O escritor era consciente do poder que tinha a internet para divulgar qualquer ideia, e em setembro de 2008 criou um blog, intitulado "O caderno". Foi "um espaço pessoal na página infinita de internet", segundo suas palavras.
A morte o surpreendeu quando preparava um romance sobre a indústria do armamento e a ausência de greves neste setor, ou pelo menos essa era a ideia que queria desenvolver, como disse quando apresentou "Caim" em novembro de 2009.
Ajuda ao Haiti
Saramago relançou em janeiro deste ano nova edição do livro A Jangada de Pedra, que tem toda a sua renda revertida para as vítimas do terremoto no Haiti. O relançamento da obra foi resultado da campanha "Uma balsa de pedra a caminho do Haiti", que doa integralmente os 15 euros que custará o livro (na União Europeia) ao fundo de emergência da Cruz Vermelha para ajudar o Haiti.
Em nota, Saramago havia explicado que a iniciativa é da sua fundação e só foi possível graças à "pronta generosidade das entidades envolvidas na edição do livro".
Obras publicadas
Poesias
- Os poemas possíveis, 1966
- Provavelmente alegria, 1970
- O ano de 1993, 1975
Crônicas
- Deste mundo e do outro, 1971
- A bagagem do viajante, 1973
- As opiniões que o DL teve, 1974
- Os apontamentos, 1976
Viagens
- Viagem a Portugal, 1981
Teatro
- A noite, 1979
- Que farei com este livro?, 1980
- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
- In Nomine Dei, 1993
- Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005
Contos
- Objecto quase, 1978
- Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
- O conto da ilha desconhecida, 1997
Romance
- Terra do pecado, 1947
- Manual de pintura e caligrafia, 1977
- Levantado do chão, 1980
- Memorial do convento, 1982
- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
- A jangada de pedra, 1986
- História do cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio sobre a cegueira, 1995 (Prémio Nobel da literatura 1998)
- A bagagem do viajante, 1996
- Cadernos de Lanzarote, 1997
- Todos os nomes, 1997
- A caverna, 2001
- O homem duplicado, 2002
- Ensaio sobre a lucidez, 2004
- As intermitências da morte, 2005
- As pequenas memórias, 2006
- A Viagem do Elefante, 2008
- O Caderno, 2009
- Caim, 2009
FONTE:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=131707&id_secao=11
Acesso feito em 18 de junho de 2010.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
ESTUDOS DA COMPLEXIDADE/Lançamento literário
Professora Ceiça Almeida lança novo livro
“Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição” é o título do livro da professora da UFRN Maria da Conceição de Almeida, que será lançado a partir das 18 h desta segunda-feira (14/06/2010), na Livraria da Cooperativa Cultural, no Centro de Convivência do Campus da UFRN em Natal. A professora Ceiça Almeida é do Departamento de Ciências Sociais, onde lidera um grupo de pesquisadores (as), o Grecom - Grupo de Estudos da Complexidade, que tem dado importantes contribuições para a renovação do saber científico na Universidade, a partir da análise da obra de grandes cientistas e pensadores contemporâneos, como Edgar Morin. Este novo livro é uma edição da Editora da Física.
“Complexidade, saberes científicos, saberes da tradição” é o título do livro da professora da UFRN Maria da Conceição de Almeida, que será lançado a partir das 18 h desta segunda-feira (14/06/2010), na Livraria da Cooperativa Cultural, no Centro de Convivência do Campus da UFRN em Natal. A professora Ceiça Almeida é do Departamento de Ciências Sociais, onde lidera um grupo de pesquisadores (as), o Grecom - Grupo de Estudos da Complexidade, que tem dado importantes contribuições para a renovação do saber científico na Universidade, a partir da análise da obra de grandes cientistas e pensadores contemporâneos, como Edgar Morin. Este novo livro é uma edição da Editora da Física.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
CIÊNCIAS SOCIAIS/ Lançamento literário
Lançada com êxito a coletânea “Desenvolvimento e políticas públicas no Oeste potiguar: avaliações”
Lançado com êxito em Natal o livro “Desenvolvimento e políticas públicas no Oeste potiguar: avaliações”, do professor da UFRN João Bosco Araújo da Costa e a professora da UERN Maria Ivonete Soares Coelho (organizadores do volume). O lançamento ocorreu no final da manhã de 28/05/10 na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, campus em Natal, com a presença de professores, pesquisadores, políticos, lideranças sindicais, dentre outros.
Editada pelas Edições UERN, a coletânea reúne textos de pesquisadores da Base de Pesquisa Poder Local, Cultura Política e Políticas Públicas, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN. Dentre os componentes da Base de Pesquisa e autores/colaboradores do livro estão, além dos organizadores, os docentes Maria Daline de Souza, Simone Cabral, Everkley Tavares, Maria do Perpétuo Socorro R. S. Severino, Edilene Jales (in Memória) e Gilcélia Batista Góis.
SERVIÇO – Desenvolvimento e políticas públicas no Oeste potiguar: avaliações. Organizado por João Bosco Araújo da Costa e Maria Ivonete Soares Coelho. Edições UERN, 2010. Preço do exemplar: R$ 25,00. À venda na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, Centro de Convivência da UFRN; na Secretaria da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN e na Base de Pesquisa Poder Local, Cultura Política e Políticas Públicas, na sala 411 do CCHLA, Campus da UFRN em Natal.
Lançado com êxito em Natal o livro “Desenvolvimento e políticas públicas no Oeste potiguar: avaliações”, do professor da UFRN João Bosco Araújo da Costa e a professora da UERN Maria Ivonete Soares Coelho (organizadores do volume). O lançamento ocorreu no final da manhã de 28/05/10 na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, campus em Natal, com a presença de professores, pesquisadores, políticos, lideranças sindicais, dentre outros.
Editada pelas Edições UERN, a coletânea reúne textos de pesquisadores da Base de Pesquisa Poder Local, Cultura Política e Políticas Públicas, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN. Dentre os componentes da Base de Pesquisa e autores/colaboradores do livro estão, além dos organizadores, os docentes Maria Daline de Souza, Simone Cabral, Everkley Tavares, Maria do Perpétuo Socorro R. S. Severino, Edilene Jales (in Memória) e Gilcélia Batista Góis.
SERVIÇO – Desenvolvimento e políticas públicas no Oeste potiguar: avaliações. Organizado por João Bosco Araújo da Costa e Maria Ivonete Soares Coelho. Edições UERN, 2010. Preço do exemplar: R$ 25,00. À venda na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, Centro de Convivência da UFRN; na Secretaria da Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN e na Base de Pesquisa Poder Local, Cultura Política e Políticas Públicas, na sala 411 do CCHLA, Campus da UFRN em Natal.
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