sábado, 20 de junho de 2009

VIDA DE JORNALISTA

CARTA ABERTA ACERCA DA DERRUBA DO DIPLOMA

Meus prezados (as) colegas, meus caros amigos,

Como se sabe, vinha desde a época da inflação alta, ou seja, antes do Plano Real, a campanha dos empresários de comunicação pela derrubada da exigência do diploma de Jornalista para o exercício da profissão. Era uma maneira dos patrões esvaziar o movimento sindical e arrochar salários. Veio o Plano Real, há 15 anos, a inflação ficou sob controle, congelaram salários e de lá pra cá a categoria, principalmente em Natal, tem feito o que pode para conseguir aumentos salariais, geralmente em percentuais irrisórios. Ou seja, mesmo pagando baixos salários os patrões querem reduzir ainda mais, pagando salários baixos ao primeiro que agora aparecer dizendo que é jornalista. Mas, como a sociedade quer qualidade no que consome, cidadania, transparência e credibilidade nas empresas de comunicação, o barato pode sair caro para os empresários, se a qualidade da imprensa cair, afastando o público e anunciantes, que, como se sabe também, estão migrando para a internet.
Nesse período de 15 anos, por outro lado, aconteceram as mudanças decorrentes da revolução na informática e telecomunicações, como celular, a internet e sites de busca como o google, que facilitam a coleta de informações. Assim, teoricamente, qualquer profissional de nível técnico ou superior de outras áreas estaria em condições de produzir textos jornalísticas. O problema, porém, é que não é tão fácil ser repórter. É um eterno aprendizado. E na minha opinião, o bom jornalista profissional é antes de tudo um bom repórter. Os juízes do Supremo alegaram que comunicação social, com jornalismo e outras habilitações, não são ciência. E por acaso o curso de Direito é ciência (no sentido positivista da palavra como eles usam)? É uma questão acadêmica, eu sei. Mas vai tentar derrubar a exigência do diploma para o exercício da profissão de advogado, para ver como esses profissionais, juizes, promotores, etc, são altamente corporativistas. É aquela história: pimenta nos olhos dos outros é refresco!
Por isso, como jornalista profissional diplomado, sou antes de tudo repórter.
Enfim é por essa e outras, como esse tipo de decisão que derrubou o nosso diploma, que estou concluindo um novo curso de nível superior: Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas, na UFRN. Depois de formado, é esperar que nenhum magistrado venha derrubar esse diploma também, por que aí, então, pra que existir Universidades?

Jóis Alberto

3 comentários:

  1. Olá amigo poeta e jornalista FORMADO!!rrss
    Solidarizo-me contigo! não consigo conceber a idéia que um jornalista não necessite do diploma de curso superior. A esperança é que algum juíi com um mínimo de bom senso, batalhe para revogar tal jurisprudencia....
    Bjs carinhosos,
    Vera-BsB

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  2. Olá amigo jornalista!
    Sei bem da tua indignação. Imagine os milhares de jornalistas formados a duras penas nesse país de hipocrisias! Se a moda pega, poderemos eliminar todo e qualquer curso superior...assim o dito "prático" seria considerado profissional nas áreas da saúde, odontologia, magistério..etc.etc. e o jornalista poderia ser qualquer fofoqueiro de plantão. Que interpretação absurda!! Gostaria de saber quem foi o autor dessa sandisse...melhor ainda, gostaria de conhecer os juízes que votaram a favor dessa sandisse! quem sairia ganhando? o que a sociedade ganharia? alguém pode me informar??

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  3. Valeu Vera! Obrigado pela solidariedade e pelos seus comentários.
    Um abraço deste seu amigo,
    Jóis Alberto

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