sábado, 8 de agosto de 2009

POESIA/Um poema de Arnault Daniel

Arnault Daniel (1180/1210)


NOIGANDRES


Vejo vermelhos, verdes, blaus, brancos, cobaltos
Vergéis, plainos, planaltos, montes, vales;
A voz dos passarinhos voa e soa
Em doces notas, manhã, tarde, noite.
Então todo o meu ser quer que eu colora o canto
De uma flor cujo fruto é só de amor,
O grão só de alegria e o olor de noigandres*.

(Tradução de Augusto de Campos. In: “Poesia concreta – Literatura Comentada”, de Iumma Maria Simon e Vinicius Dantas (orgs.), São Paulo: Abril Educação, 1982).


“ Noigandres, enoi gandres – expressão provençal, de sentido incerto. Num de seus Cantos – o XX – Ezra Pound narra este diálogo que teve com o notável provençalista alemão Emil Lévy a respeito da enigmática palavra: “...Sim, Doutor, o que querem dizer com noigandres?/E ele disse: ‘Noigandres! NOIgandres!/Faz seis meses já/Toda noite, qvando fou dormir, digo para mim mesmo:/Noigandres, eh, noigandres/Mas que DIABO quer dizer isto!’ ” . (Nota dos organizadores da antologia).

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