sábado, 11 de julho de 2009

POEMA de Jules LAFORGUE

Jules Laforgue

LAMENTO SOBRE CERTAS ARRELIAS

(Complainte sur certains ennuis)


Cosmogonias no poente!
Oh! como a vida é cotidiana...
E, se a miemória não me engana,
Como eu fui pífio e sem talento...

Que bom era desabafar
Contando coisas surpreendentes,
Fazendo, duma vez pra sempre,
Compreender-nos sem falar

Que bom exaurir o silêncio,
Romper o exílio das palestras;
Mas não, essas damas são agrestes,
Em assuntos de precedência,

Têm amuos, são intratáveis,
Mas há quem diga, com dialética,
Que, por confusão superestética,
Entes assim são adoráveis.

Justamente, vemos aquela
A chamar-nos, para buscar
Seu perdido anel (em que mar?)
Recordação de amor, diz ela!

Entes assim são adoráveis!

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