domingo, 5 de julho de 2009

UM POEMA de Mallarmé


STÉPHANE MALLARMÉ

O TÚMULO DE EDGAR POE
(Le tombeau d´Edgar Poe)

Tal a Si-mesmo enfim a eternidade o chama,
O Poeta suscita com um gládio erguido
Seu século em pavor por não ter percebido
A morte a triunfar naquela voz estranha.

Eles, vil espasmo de hidra escutando um dia o anjo
Dar às falas da tribo um mais puro sentido
Proclamavam bem alto o sortilégio haurido
Em mistela qualquer de pouco digno arranjo.

Solo e nuvens hostis, oh o insulto coevo!
Se não se esculpe assim ideal baixo-relevo
De que a tumba de Poe deslumbrante se adorne,

Resto caído aqui de algum desastre obscuro,
Que ao menos tal granito em barreira se torne
De atros vôos da Blasfêmia esparsos no futuro.

2 comentários:

  1. Olá Jóis, parabéns pelo blog, senti vontade de ir a até a livraria mais próxima, seus posts são bem interessantes, ainda mais quando se trata de literatura.

    Abraços
    Marco
    LivrosGrafia
    ArtefatosCotidianos

    ResponderExcluir
  2. Obrigado Marcos pelos elogios. Espero escrever aqui sobre outros assuntos e, principalmente, poder interagir com todos que acessam o blog.
    Abraços
    Jois

    ResponderExcluir